CARPE DIEN

terça-feira, 7 de maio de 2013


3ªS SÉRIES - 


CINCO MAIS SIGNIFICATIVAS RELIGIÕES DO MUNDO

Resumo das religiões seus conceitos e suas características, curiosidade que se acentuou apos a invasão Estadunidense no Iraque.

Conheça o cristianismo, a religião de Jesus

O cristianismo é uma das chamadas grandes religiões. Tem aproximadamente 1,9 bilhão de seguidores em todo o mundo, incluindo católicos, ortodoxos e protestantes. Cristianismo vem da palavra Cristo, que significa messias, pessoa consagrada, ungida. Do hebraico mashiah (o salvador) foi traduzida para o grego como khristos e para o latim como christus.A doutrina do cristianismo baseia-se na crença de que todo o ser humano é eterno, a exemplo de Cristo, que ressuscitou após sua morte. A fé cristã ensina que a vida presente é uma caminhada e que a morte é uma passagem para uma vida eterna e feliz para todos os que seguirem os ensinamentos de Cristo, baseados na fraternidade e no amor ao próximo.Os ensinamentos estão contidos na Bíblia, dividida entre o Antigo e o Novo Testamento.O Antigo Testamento trata da lei judaica, ou Torah. Começa com relatos da criação e é todo permeado pela promessa de que Deus, revelado a Abraão, a Moisés e aos profetas enviaria à Terra seu próprio filho como Messias, o salvador.O Novo Testamento contém os ensinamentos de Cristo, escritos por seus seguidores. Os principais são os quatro evangelhos ("mensagem", "boa nova"), que são quatro versões mais ou menos semelhantes da vida de Cristo, escritas pelos apóstolos Mateus, Marcos, Lucas e João. Também inclui os Atos dos Apóstolos (cartas e ensinamentos que foram passados de boca em boca no início da era cristã, com destaque para os textos de São Paulo) e o Apocalipse (texto até hoje polêmico e que narra, basicamente, como seria ao fim do mundo).O nascimento do cristianismo se confunde com a história do império romano e com a história do povo judeu. Na sua origem, o cristianismo foi apontado como uma seita surgida do judaísmo.Quando Jesus Cristo nasceu, na pequena cidade de Belém, próxima a Jerusalém, os romanos dominavam a Palestina. Os judeus viviam sob a administração de governadores romanos e, por isso, aspiravam pela chegado do Messias, apontado na Torá como o enviado que os libertaria da dominação romana.Segundo a Bíblia, até os 30 anos Jesus viveu anônimo em Nazaré, cidade situada no norte do atual Israel. Aos 33 anos seria crucificado em Jerusalém e ressuscitaria três dias depois. Em pouco tempo reuniu seguidores (os 12 apóstolos) e percorreu a região pregando sua doutrina e fazendo milagres, como ressuscitar pessoas mortas e curar cegos, o que lhe garantiu rápida popularidade.Mas, para as autoridades religiosas judaicas ele era um blasfemo, por não seguir à risca os ensinamentos da Torah. Também não dava mostras de que seria o líder que libertaria a região da dominação romana. Ele apenas pregava paz, amor ao próximo. Para os romanos, era um agitador popular, que não reconhecia a divindade do imperador de Roma.Após ser preso e morto, a tendência era de que seus seguidores se dispersassem e seus ensinamentos fossem esquecidos. Ocorreu o contrário. É justamente nesse fato que se assenta a fé cristã. Como haviam antecipado os profetas no Antigo Testamento, Cristo ressuscitou, apareceu a seus apóstolos que estavam escondidos e ordenou que se espalhassem pelo mundo pregando sua mensagem de amor e paz. Apóstolo quer dizer enviado.O cristianismo firmou-se como uma religião de origem divina. Seu fundador era o próprio filho de Deus, enviado como salvador e construtor da história junto com o homem. Ser cristão, portanto, seria engajar-se na obra redentora de Cristo, tendo como base a fé em seus ensinamentos.Rapidamente, a doutrina cristã se espalhou pela região do Mediterrâneo e chegou ao coração do império romano. São Pedro, um dos 12 apóstolos, se tornou o primeiro bispo de Roma e o primeiro papa. A ele, Jesus teria dito: "Tu és Pedro e sobre esta pedra fundarei a minha Igreja". Igreja significa reunião.A difusão do cristianismo pela Grécia e Ásia Menor foi obra especialmente do apóstolo Paulo, que não era um dos 12 e teria sido chamado para a missão pelo próprio Jesus. As comunidades cristãs se multiplicaram. Surgiram rivalidades. Em Roma, muitos cristãos foram transformados em mártires, comidos por leões em espetáculos no Coliseu, como alvos da ira de imperadores atacados por corrupção e devassidão.Em 313, o imperador Constantino se converteu ao cristianismo e concedeu liberdade de culto, o que facilitou a expansão da doutrina por todo o império. Antes de Constantino, as reuniões ocorriam em subterrâneos, as famosas catacumbas que até hoje podem ser visitadas em Roma.O cristianismo, mesmo firmando-se como de origem divina, é, como qualquer religião, praticado por seres humanos com liberdade de pensamento e diferentes formas de pensar.Assim, à medida que foi ganhando terreno, também enfrentou rachas -sua grande ferida viva do passado e do presente.Desvios de percurso e situações históricas determinaram os rachas que dividiram o cristianismo em várias confissões (as principais são as dos católicos, protestantes e ortodoxos).O primeiro grande racha veio em 1054, quando o patriarca de Constantinopla, Miguel Keroularios, rompeu com o papa, separando do cristianismo controlado por Roma as igrejas orientais, ditas ortodoxas. Bizâncio e depois Constantinopla (a Istambul de hoje, na Turquia), seria até 1453 a capital do império romano do Oriente, ou Império Bizantino.O império romano do Ocidente já havia caído muito tempo antes, em 476, marcando o início da Idade Média. E foi justamente na chamada Idade Média, ainda hoje um dos períodos mais obscuros da história, que o cristianismo enfrentou seus maiores desafios, produzindo acertos e erros.Essa caminhada culminou com o segundo grande racha, a partir de 1517. O teólogo alemão Martinho Lutero, membro da ordem religiosa dos Agostinianos, revoltou-se contra a prática da venda de indulgências e passou a defender a tese de que o homem somente se salva pela fé. Lutero é excomungado e funda a Igreja Luterana. Não reconhece a autoridade papal, nega o culto aos santos e acaba com a confissão obrigatória e o celibato dos padres e religiosos. Mas mantém os sacramentos do batismo e da eucaristia.Mais tarde, a chamada Reforma Protestante deu origem a outras inúmeras igrejas cristãs, cada uma com diferentes interpretações de passagens bíblicas ou de ensinamentos de Cristo.Atualmente, está em curso um movimento de reunificação cristã. Teve início há cerca de 40 anos, a partir do famoso Concílio Vaticano II (1962-1965) promovido pela Igreja Católica. Cresce a percepção de que o cristianismo precisa restabelecer sua unidade.O chamado ecumenismo envolve o diálogo do cristianismo também com as outras grandes religiões, como o islamismo, o judaísmo, o hinduísmo e o budismo.O caminho será longo, mas a hora é a de acabar com fanatismos, que nada têm de religioso e são origem de tantos males.

Saiba mais sobre o Islamismo, a religião de Allah

O islamismo é a religião que mais cresce no mundo: 15% ao ano. São hoje mais de 1,2 bilhão de pessoas (7 milhões só nos EUA). Uma em cada cinco pessoas na Terra é muçulmana, outro nome dado aos seguidores do islamismo.Essa religião nasceu com a revelação do livro sagrado dos muçulmanos, o Alcorão. Foi revelado ao profeta Muhammad por volta de 622 d.C., em Meca (Arábia Saudita). Muhammad (570-632 a.C) recebeu e recitou o Alcorão aos seus companheiros, que o escreveram. A religião mais conhecida era, até então, a dos cristãos (e, em menor número, a judaica). Muhammad recebeu a palavra diretamente de Deus, como Abrahão, Moisés e Jesus. Assim como a Bíblia, o Alcorão também ensina que há apenas um Deus, que existe céu (com anjos) e inferno (com demônios), e que sua lei deve ser seguida à risca. Também é repleto de metáforas, provérbios e sentenças, que podem ser bem ou mal interpretados. Para os seguidores dessa religião, Jesus Cristo foi realmente um profeta enviado por Deus, mas sua missão não teria chegado ao final. Sua palavra não foi compreendida e aceita pelos judeus. Por isso houve a necessidade que viesse um outro profeta, que teria contato direto com o Onipotente. Ele veio completar a mensagem de Jesus, diz a tradição. Esse homem que traria a lei divina foi Muhammad, cujo nome foi traduzido incorretamente para o português como Maomé. A religião de Allah (como Deus é chamado pelos islâmicos) não aceita adoração de imagens e nem música instrumental, apenas percussão. Tampouco permite sexo antes do casamento. Mas, pelas leis religiosas, o homem pode casar com até quatro mulheres. Também como há um aviso divino no último livro da Bíblia, para que nenhuma palavra ou letra seja alterada, retirada ou incluída (no Apocalipse de São João, 22, 18-19), o mesmo acontece com o Alcorão. Como foi ditado por Deus, nenhum ser vivo pode tocar em seu texto original. Todo muçulmano que tiver saúde e dinheiro suficiente deve ir pelo menos uma vez na vida até Meca, na Arábia Saudita, onde está a Mesquita Sagrada. Lá, o fiel deve dar sete voltas em torno da primeira grande edificação sagrada, a Caaba. Há outras atividades e locais que devem ser visitados, como o Monte Arafat e a cidade de Medina _para onde Muhammad migrou quando foi perseguido em Meca. Essa saída de Muhammad de Meca é chamada de hégira ("migração") e marca o início do calendário muçulmano. Marca o momento em que todo um povo pagão passou a seguir os preceitos do islamismo. O ano muçulmano é medido pelas 12 revoluções completas da Lua em torno da Terra. Numa média, seu ano é 11 dias menor que o nosso ano solar. Em 26 de março de 2001, entramos no ano 1422 de seu calendário. Durante o controle de Meca, surgiu com força a idéia e sensação coletiva de que todos os muçulmanos são irmãos e que devem combater todos os homens até que reconheçam que só há um Deus. Cinco pilaresO Islamismo tem cinco fundamentos obrigatórios para quem quer segui-lo à risca:1) Testemunhar que só há um Deus2) Rezar cinco vezes ao dia3) Dar 2,5% de seu lucro líquido para as pessoas mais carentes4) Jejuar no mês de Ramadã5) Peregrinação à MecaEm outra semelhança com o mundo cristão, os muçulmanos também sofreram uma cisão, como a que ocorreu entre católicos e protestantes. No seu caso, a divisão é entre os sunitas e xiitas, que disputam o direito à sucessão de Muhammad. Só que os sunitas representam 90% dos muçulmanos no mundo.Assim como no cisma cristão, um dos motivos da luta entre sunitas e xiitas é saber quem deveria liderar o islamismo depois da morte do profeta, e também quem teria a "propriedade" da interpretação correta da palavra de Deus. Mas, na verdade, a palavra é uma só.

Conheça um pouco da história do Judaísmo

A história do judaísmo começa com Abrahão, por volta do ano 2.100 a.C. Abrahão morava na Mesopotâmia quando recebeu uma mensagem de Deus ordenando-o a abandonar sua terra natal e a seguir para um novo local, onde seria "fundado" o povo de Deus. A esse povo Deus garantiu bençãos, favores e sua predileção. O local escolhido foi a terra de Canaã.Abrahão obedeceu e partiu. Mais tarde, quando morreu, seu poder foi passado ao filho Isaac e deste para Jacob, que por sua vez o dividiu entre seus 12 filhos. Um deles era José, que mais tarde seria vendido como escravo ao faraó, rei do Egito. José era tão sábio e foi tão querido pelo faraó (rei do Egito) que ganhou um cargo e poderes imensos: chegou a ser uma espécie de vice-rei. Imediatamente José tratou de dar a seus irmãos mais terras, para que as cultivassem. Assim os israelitas começaram a prosperar. Esse foi o problema: prosperaram tanto e se tornaram tão ricos e tão numerosos que assustaram o reino egípcio. Resultado: foram subjugados militarmente e submetidos à escravidão. O faraó ainda não estava satisfeito. Pretendia interromper de forma definitiva sua expansão: decidiu que todos os varões que nascessem nas famílias israelitas deveriam ser mortos. E assim foi feito, e de forma cruel. Às meninas, no entanto, era dado o direito à vida. Um desses bebês, cujo destino certo era a morte, foi escondido por seus pais dos soldados egípcios. Os pais conseguiram isso durante três meses. Quando a vida do bebê passou a correr perigo iminente, seus pais o colocaram numa cesta e o soltaram no rio Nilo. Quis o destino que uma das filhas do faraó visse o cestinho boiando nas águas e ouvisse o choro do bebê. Ela tratou de resgatá-lo e o menino ganhou o nome de Moisés, ou Moschê, que pode significar "retirado" ou "nascido das águas". Moisés cresceu e estudou dentro do reino egípcio, sempre muito bem tratado, apesar de sua salvadora saber que era filho de hebreus.Um dia, enquanto ainda vivia no reino, Moisés foi visitar seus "irmãos" hebreus e viu um deles ser ferido com crueldade por um egípcio. Irado, Moisés matou o egípcio e escondeu seu corpo na areia. Mas as notícias correram rapidamente: o faraó soube do crime e decidiu mandar matar Moisés. No entanto, ele conseguiu fugir para a terra de Madiã. Foi ali que ele conheceria sua primeira mulher, filha do sacerdote local, chamada Séfora. Ela lhe deu um filho, que ganhou o nome de Gerson (que significa "hóspede")."Porque sou apenas um hóspede em terra estrangeira", diz Moisés no capítulo 2, versículo 22 do Êxodo. Passaram-se os anos, o faraó que perseguia Moisés morreu, mas os israelitas (ou hebreus) continuavam sob o jugo egípcio. Diz a Bíblia que Moisés se compadeceu do sofrimento de seu povo e clamou a Deus pelos seus irmãos. Deus o ouviu. Deus apareceu para Moisés pela primeira vez numa fogueira de sarça, feita no monte Horeb. E lhe disse: "(...) Eis que os clamores dos israelitas chegaram até mim, e vi a opressão que lhes fazem os egípcios. Vai, te envio ao faraó para tirar do Egito os israelitas, meu povo (Êxo, 3, 9-10)." Apesar de achar que nem o novo faraó nem seus próprios irmãos acreditariam nele, Moisés fez o que Deus mandou. Voltou ao Egito e contatou o faraó. Este parecia inabálavel na decisão de manter os hebreus escravos.O faraó só mudou de idéia depois que viu seu reino ser atingido por dez pragas enviadas diretamente por Deus. Finalmente, ele permitiria a libertação dos israelitas. Na verdade, foi uma expulsão. É aí que começa a primeira grande movimentação de um povo na história. A Bíblia fala em 600 mil vagando pelo deserto durante 40 anos, em direção à terra prometida. Atravessaram o golfo ocidental do Mar Vermelho. Nasce o JudaísmoDurante essas quatro décadas Deus comunicou-se diretamente com Moisés e deu todas as leis a serem seguidas por seu "povo eleito". Os dez mandamentos, o conjunto de leis sociais e penais, as regras dos alimentos, os direitos sobre propriedades... Enfim, tudo foi transmitido por Deus a Moisés, que retransmitia cada palavra ao povo que o seguia. Era o nascimento do Judaísmo. A missão não foi fácil nem para Deus: durante os 40 anos que "acompanhou" os israelitas no deserto, o Todo-Poderoso voltou a constatar os terríveis defeitos da natureza humana. Cansados, sem esperança e desconfiados de Moisés, muitos iriam atacá-lo e criticá-lo. A incredulidade e a desobediência dos israelitas eram tamanhas que, algumas passagens, Deus pondera em destrui-los e a dar a Moisés outro povo (a primeira vez que Deus "lamenta" ter criado a raça humana está em Genesis 6, 6).Mas Moisés não queria outro povo. Clamou novamente a Deus para que perdoasse os erros dos israelitas. Era com eles que queria seguir até a terra prometida. Deus aquiesceu. Moisés levou a cabo sua missão. Subiu as planícies de Moab ao monte Nebo, em frente a Jericó (hoje uma área sob controle palestino) e legou aos seus descendentes o Torah (o Velho Testamento). "Eis a terra que jurei a Abraão, Isaac e a Jacó dar à tua posteridade. Viste-a com os teus olhos, mas não entrarás nela (disse Deus). E Moisés morreu." (Deut, 34, 4-5). "Não se levantou mais em Israel profeta comparável a Moisés, com quem o Senhor conversava face a face." (Deut, 34, 10). E os judeus passaram a seguir apenas as leis do Torah. Jesus Cristo não é aceito como filho de Deus, como diz o Novo Testamento, conjunto de livros que é desconsiderado pela religião judaica.

Saiba mais sobre o Hinduísmo

A religião dos deuses Hinduísmo, mais do que uma simples religião, é um complexo conjunto de doutrinas e práticas religiosas que surgiram na Índia cerca de 4.000 anos atrás. Em sânscrito a palavra hinduísmo escreve-se "sanatana dharma", que significa "a lei permanente". São cerca de 650 milhões de adeptos dessa religião no mundo. A base do hinduísmo está nos chamados Quatro Livros Sagrados dos Vedas (Rigveda, Samaveda, Yajurveda e Artharvaveda). O conhecimento que deu origem a esses livros possivelmente vinha pela tradição oral e talvez até pela pintura. No século 10, foram compilados. A origem dos Vedas seria um povo ário de origem indo-européia, que teria chegado à região dos rios Indo e Ganges cerca de 3.500 anos atrás e lá se estabelecido. O hinduísmo é uma das primeiras religiões a ter como fundamento a crença na reencarnação e no carma, bem como na lei de ação e reação _que milhares de anos depois, no século 19, seria encampada pelo espiritismo. Para os hindus, tudo reencarna. Não só pessoas, mas animais também. Assim como o islamismo e o cristianismo, o hinduísmo também ganhou status de ordem política, já que ele ensina que a lei (dharma) criou os humanos e a própria natureza sob um sistema de castas. Cada indivíduo pertence à casta que merece. Quanto mais alta a casta, em tese, maior evolução espiritual essa pessoa tem. A religião não busca a felicidade neste mundo. Sua principal orientação é para que o homem se liberte de todo o carma e das reencarnações, e atinja um estado conhecido como nirvana. O Paraíso bíblico, para os hindus, é esse. Para atingir esse "lugar" é necessário praticar ioga e meditação diariamente, por toda a vida. e fazer o bem, claro. Trata-se de uma religião politeísta (com vários deuses e deusas). Entre eles Brahma, o deus principal e criador, que com Shiva e Vishnu. Formam a tríade divina ("traduzindo" para os cristãos, Pai, Filho e Espírito Santo); também há Varuna, o deus dos deuses; Agni (patriarca dos homens e deus do fogo) e muitos outros, como a deusa Maya (ilusão), que comanda este mundo "ilusório". Ratos, vacas e serpentes são animais considerados sagrados. Por isso, ratos se tornaram uma praga praticamente indestrutível na Índia onde calcula-se que haja cerca de 3,5 bilhões deles, mais de três vezes a população do país. Segundo a tradição, Brahma teve quatro filhos que deram origem às quatro castas: brâmanes (os que saíram da boca de Brahma), são a mais elevada; os xátrias (os que saíram dos braços de Brahma), que são os guerreiros; os vaicias (os que saíram das pernas de Deus ou Brahma), são os camponeses e comerciantes; os sudras (aqueles que saíram dos pés de Brahma), são os servos e escravos. Os párias, a quinta categoria, não são uma casta. São pessoas que cometeram "crimes" e que desobedeceram às leis sagradas. Seus filhos automaticamente são párias também. Socialmente são considerados um "nada". A eles é proibido viver nas cidades e até mesmo ler qualquer um dos livros sagrados.


Budismo

China e no Tibet por motivos políticos. Em outros países asiáticos, porém, ele passou por uma fase de renovação, associando-se muitas vezes a movimentos nacionalistas. O reavivamento do budismo na Índia teve início em fins do século XIX, com a fundação da Sociedade Mahabodhi pelo missionário cingalês Anagarika Dharmapala. Mais tarde, Ambedkar associou o budismo ao movimento contra as castas, apelando para que os párias ou intocáveis se convertessem ao budismo. Gandhi, Tagore, Nehru e outros líderes demonstraram grande simpatia pela doutrina budista. No Ocidente, onde seu estudo sistemático ocorreu a partir do século XIX, o budismo teve boa acolhida, chegando mesmo a se formarem pequenas comunidades.

Budismo no Japão

O movimento budista adquiriu no Japão características de uma verdadeira religião oficial. Os primeiros templos foram construídos pela corte imperial ou pela nobreza e os monges eram a princípio considerados funcionários estatais. Graças a sua associação com o poder, o budismo era procurado não por sua doutrina, mas pelos rituais mágicos dispensadores de prosperidade e saúde. Fundindo-se com elementos da religião nativa, o budismo deu origem a um sincretismo búdico-xintoísta que subsiste na época moderna.

0 Budismo no Sudeste Asiático

No Século III a.C., o budismo foi introduzido no Sudeste Asiático pelo filho do imperador indiano Açoka, príncipe Mahinda, que o difundiu na ilha de Ceilão, onde a doutrina logo obteve grande aceitação. Posteriormente, dividiu-se em três escolas. Por iniciativa dos reis budistas da ilha foi feita uma compilação das escrituras em línguas páli. No século V, os letrados Budaghosa e Dhammapala escreveram grande número de comentários e textos filosóficos, disseminando ainda mais o budismo. No século XI, os cholas da Índia meridional invadiram o Ceilão e eliminaram o budismo, que foi depois reintroduzido a partir da Birmânia. A forte colonização portuguesa, holandesa e inglesa não conseguiu eliminar o budismo na região. Ao contrário, a partir de 1756, com a chegada de dez líderes monásticos tailandeses, o movimento chegou a ter um reflorescimento no Sudeste Asiático, tornando-se a mais importante religião do Ceilão. Na Birmânia ele penetrou por volta do século V, inspirando a construção de inúmeros templos. Quando os mongóis invadiram o país no século XIII, o budismo sofreu um revés, mas conseguiu sobreviver em algumas regiões, e é hoje bastante difundido no país.

Budismo no Tibet e na Mongólia

As tribos tibetanas tinham, no início, um culto primitivo como religião, o Bon-po. O budismo só chegou à região a partir da Índia e do Nepal no século IV da era cristã. Mas seu reconhecimento oficial só ocorreu no século VII, quando os textos budistas foram traduzidos através de um alfabeto tibetano, composto especificamente para isto. No século XV, o monge Tsong-Kha-Pa introduziu reformas: criou uma comunidade que usava gorros amarelos, em oposição aos conservadores, que usavam gorros vermelhos. Os dalai-lamas, os dirigentes máximos dos gorros amarelos, começaram, então, a exercer o poder temporal. No século XVII, teve início o movimento missionário na Mongólia, na Manchúria e no norte da China, estendendo-se, no século seguinte, aos confins da Sibéria oriental.

Budismo na China

Embora criticado pelas escolas de pensamento chinesas, o budismo, desde a sua introdução na China, logo se adaptou à índole e cultura do país, sem perder suas características fundamentais. Enorme foi sua influência sobre os usos, os costumes e até mesmo sobre as próprias escolas filosóficas chinesas. Muitas doutrinas apenas esboçadas no budismo indiano foram desenvolvidas e aprofundadas na China. Apesar dessa nítida influência, existe uma controvérsia sobre a época da introdução do budismo nesse país. Apontam-se os anos 2 e 65 da nossa era, como as datas mais prováveis. Na segunda metade do século I, monges budistas chegados da Ásia central pregavam o Dharma na capital e nas províncias, sob proteção do imperador. A absorção do budismo pelos chineses foi facilitada pela semelhança de alguns de seus conceitos com as idéias do taoísmo. Contudo, o celibato dos monges e seu afastamento das atividades produtivas chocavam-se com os princípios básicos da ética familiar e do pensamento social e político da China, o que provocou numerosas críticas, longas polêmicas e mesmo perseguições.

Budismo no Ocidente e no Brasil

Datam do período helenístico as primeiras aproximações do budismo com o mundo ocidental. Mercadores indianos que viviam em Alexandria propagaram sua fé budista pela região. Clemente de Alexandria foi o primeiro autor ocidental a citar em suas obras o nome de Buda. Marco Polo, em seu livro de viagens, apresenta um resumo da vida de Çakyamuni (outro nome de Buda) em sua descrição da ilha de Ceilão. Na França, no século XIX, começou o estudo filosófico do budismo. Na Inglaterra e na Alemanha também houve uma concentração de estudos sobre o budismo científico. Em 1845, Jean-Louis Burnouf publicou sua importante Introduction à l'histoire du bouddhisme indien (Introdução à história do budismo indiano), livro que teve grande repercussão. Max Müller, na Inglaterra, publicou, pela Universidade de Oxford, sua coleção de livros sagrados do Oriente. Teve muita importância também para a divulgação do budismo o poema "The Light of Asia" ("A luz da Ásia"), de Edwin Arnold, publicado em 1879. Nos Estados Unidos, o coronel H. S. Olcott, defensor de um sincretismo entre as principais tradições religiosas ocidentais e orientais, estudou o budismo e o difundiu entre os americanos. Em 1906 fundou-se a Sociedade Budista da Inglaterra; em 1929, por iniciativa de uma budista americana, Constance Lounsbery, foi criada uma instituição semelhante na França. No Brasil, na década de 1920, formou-se um primeiro grupo de budistas, radicado no Rio de Janeiro, liderados por Lourenço Borges. Murilo Nunes de Azevedo, em 1955, reavivou-o, juntamente com o escritor Nelson Coelho, mais ligado ao budismo Zen. Após a segunda guerra mundial os budistas imigrantes se organizaram no Brasil, com centros de atuação em São Paulo e Rio de Janeiro.