CARPE DIEN

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

1ªS SÉRIES - ESTRUTURA E FORMAÇÃO DA TERRA



GEOGRAFIA FÍSICA

A LITOSFERA E O RELEVO TERRESTRE

A Terra se formou há mais ou menos 4,5 bilhões de anos. Ao longo desse tempo, ela sofreu inúmeras transformações. O estudo dessa evolução da Terra é tarefa da geologia, uma ciência muito importante para a geografia física.


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A geologia divide o tempo de existência da Terra em eras geológicas, que duram milhares de anos, havendo algumas que duraram até milhões de anos.


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Para estudar a longa vida de nosso planeta, conhecida como tempo geológico, dividiu-se o tempo em unidades chamadas eras. As eras, por sua vez, foram divididas em períodos, e os períodos em épocas. Poder-se-ia comparar as eras, períodos e épocas aos anos, meses e semanas de nosso tempo. Cada era se caracteriza pela forma como se encontravam distribuídos os continentes e os oceanos, e pelo tipo de organismos que neles viviam. As eras geológicas são: Pré-Cambriana (a mais antiga), Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica (a mais recente). Para estudar a longa vida de nosso planeta, conhecida como tempo geológico, dividiu-se o tempo em unidades chamadas eras. As eras, por sua vez, foram divididas em períodos, e os períodos em épocas. Poder-se-ia comparar as eras, períodos e épocas aos anos, meses e semanas de nosso tempo. Cada era se caracteriza pela forma como se encontravam distribuídos os continentes e os oceanos, e pelo tipo de organismos que neles viviam. As eras geológicas são: Pré-Cambriana ou Proterozóica (a mais antiga), Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica (a mais recente).
As eras geológicas apresentaram as seguintes características:
• Era Primitiva ou Proterozóica ou Pré-Cambriana – Se dividiu em Períodos Arqueano e Algonquiano. Nessa era ocorreu à formação de grande parte das rochas que recobrem o planeta. Essa fase foi marcada por muitas erupções vulcânicas e terremotos. No final surgiram os primeiros seres vivos, nos fundos dos oceanos.
• Era Primária ou Paleozóica – Se dividiu em Períodos Cambriano, Ordoviciano, Siluriano, Devoniano, Carbonífero e Permiano. Durou mais de 380 milhões de anos. Os peixes proliferaram nos mares, enquanto grandes florestas cobriram boa parte do planeta.
• Era Secundária ou Mesozóica – Se dividiu em Períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo. Durou cerca de 140 milhões de anos. Em meio a terremotos e erupções vulcânicas, apareceram répteis gigantescos, como os dinossauros e mais tarde, os primeiros mamíferos e aves.
• Era Cenozóica – iniciou-se há cerca de 60 milhões de anos, dividindo-se em dois períodos:
a) Período Terciário – quando os continentes assumiram a forma que hoje possuem. Nesse período, constituíram-se as grandes cordilheiras conhecidas atualmente (Himalaia, Andes, Alpes, Montanhas Rochosas e outras) e surgiram animais como o cavalo, o mamute e outros mamíferos.
b) Período Quaternário – abrange o ultimo milhão de anos, quando extensas camadas de gelo se formaram em torno do pólo norte, estendendo-se por grande parte da América do Norte, da Europa e da Ásia. Nesse período, deu-se o aparecimento do homem sobre a Terra.




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AS CAMADAS QUE COMPÕEM A TERRA
Durante o período de formação da Terra o planeta foi atingido por inúmeros meteoros de vários tamanhos, que elevaram substancialmente a temperatura da superfície, formando um grande oceano de magma incandescente. Os materiais mais pesados afundaram e formaram o NÚCLEO ou ENDOSFERA, os mais leves ficaram próximos a superfície, formando uma grande camada intermediária, conhecida como MANTO ou MESOSFERA e camada mais superficial formada por silício, alumínio e magnésio, conhecida como LITOSFERA ou CROSTA terrestre.
A crosta terrestre (LITOSFERA) pode ser dividida em Crosta Continental Superior (também conhecida como SIAL devido a sua formação por silício e alumínio) com aproximadamente de 15 a 25 km de espessura, a Crosta Continental Inferior (também conhecida por SIMA devido sua formação por silício e magnésio) com aproximadamente 30 a 35 km, a Crosta Oceânica que é formada por uma camada basílica que tem de 1 a 4 km de espessura e pela camada oceânica que tem cerca de 5 a 6 km de espessura.
Logo abaixo da litosfera, encontramos uma camada intermediária entre a crosta e o manto, denominada ASTENOSFERA, camada onde o material está quase sob estado de fusão e sobre o qual deslizam as placas tectônicas. Mais interiormente a MESOSFERA, também chamada de MANTO, podendo ser dividido em MANTO SUPERIOR e MANTO INFERIOR.
E a 2.900 Km de profundidade temos o NÚCLEO ou ENDOSFERA formado essencialmente por níquel e ferro (por isso também denominado NIFE), também dividido em NÚCLEO EXTERNO e NÚCLEO INTERNO.


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Através de investigações geofísicas através da propagação de ondas sísmicas, revelaram algumas alterações na velocidade dessas ondas indicando diferenças químicas entre uma camada e outra, a chamadas descontinuidades. Assim entre a Litosfera e a Astenosfera temos a descontinuidade de Mohorovicic e entre a Mesosfera e a Endosfera a descontinuidade de Gutemberg.

A crosta é formada por rochas e solos, podendo ser as rochas definidas como agrupamentos de compostos químicos minerais. Solos são a parte exterior da crosta que está em contato direto e indireto com os agentes naturais. Quanto à origem, as rochas podem ser classificadas em magmáticas, sedimentares ou metamórficas.
ROCHAS MAGMÁTICAS, CRISTALINAS OU IGNEAS

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ROCHA INTRUSIVA - GRANITO



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ROCHA EXTRUSIVA - BASALTO
• Rochas ígneas, cristalinas ou magmáticas – formam-se pelo resfriamento e solidificação dos minerais da crosta terrestre, que se encontram derretidos no interior da Terra, ou seja, o magma. Como os minerais ao passar do estado líquido para o sólido se agrupam, tendem a formar cristais, são também chamadas de rochas cristalinas, podendo ser classificadas de intrusivas ou plutônicas quando o magma se resfria lentamente no interior da Terra (ex.: cristais e pedras preciosas), ou extrusivas ou vulcânicas quando o magma se solidifica rapidamente na superfície, expelido pelas erupções vulcânicas (ex.: basalto).

ROCHAS METAMÓRFICAS


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• Rochas Metamórficas – são as que resultam da transformação de outras rochas, pela ação do calor ou da pressão do interior da Terra adquirindo outra estrutura. Essas transformações acontecem devido a pressão ou temperatura muito elevadas (ex.: mármore, gnaisse e ardósia).


ROCHAS SEDIMENTARES




IMAGEM 09 ROCHA SEDIMENTAR DETRÍTICA - ARENITO




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ROCHA SEDIMENTAR ORGÂNICA - CALCARIO


Rochas Sedimentares – São as que se formam por acumulação de materiais desgastados de outras rochas ou de restos de vegetais ou animais, através da compactação de sedimentos provenientes da erosão, do transporte e deposição de minerais (arenito e calcário). Podem ser de compactação de resíduos de outras rochas denominadas detrítica (arenito), orgânica (calcário e carvão) ou química (estalagmites e estalactites), por exemplo.

PRINCIPAIS FORMAS DE RELEVO

Dá-se o nome de relevo ao conjunto de formas da superfície da Terra, resultante da atuação simultânea de dois fatores: os agentes internos (abalos sísmicos e vulcanismo) que criam formas de relevo e os agentes externos (intemperismo e erosão) que os transformam.
O relevo terrestre apresenta uma grande variedade de formas, de primeira ou de segunda ordem. Assim em um planalto encontramos vales e colinas. As principais formas de relevo de primeira ordem são:



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• Montanhas – grandes elevações naturais da superfície da Terra. Um conjunto de montanhas alinhadas constitui uma serra ou cadeia e esta se for muito extensa e muito alta recebe o nome de cordilheira.




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• Planaltos – áreas elevadas e geralmente onduladas, que sofrem erosão constante. Ocorrem em qualquer altitude, mas são freqüentes acima dos duzentos metros.




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• Planícies – áreas geralmente planas, mais baixas que as formas vizinhas. Nas planícies ocorre um fenômeno oposto a erosão, pois elas recebem e acumulam restos de rochas trazidas de áreas próximas pela água ou pelo vento.




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• Depressões – Formas de relevo bem mais baixas que as que estão a sua volta. Chamamos depressão absoluta quando fica abaixo do nível do mar e depressão relativa quando fica acima do nível do mar, mas muito abaixo das formas ao seu redor.





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AS TRANSFORMAÇÕES DA CROSTA TERRESTRE

A crosta terrestre movimenta-se sem parar diariamente. Diariamente, os sismógrafos registram abalos sísmicos, sendo que a maior parte deles, não é percebida por nós. No entanto alguns são terríveis e abrem fendas no chão, estremecem casas e chegam mesmo a derrubar prédios inteiros. Esses grandes abalos são conhecidos como terremotos.
A litosfera é uma espécie de assoalho do planeta. Esse assoalho é dividido em placas, mais ou menos como cacos de cerâmica não cimentada. Essas placas são denominadas placas tectônicas e se deslocam com freqüência devido a forças existente no interior da Terra.
Nos limites dessa placas, tais forças provocam um movimento lateral que causam os terremotos. Além disso, há pontos fracos por onde as rochas quentes do interior, acabam escapando causando as erupções vulcânicas, liberando o magma (lava) do interior do planeta.
O Brasil por se encontrar inteiramente em cima e no meio de uma placa tectônica, possui rochas estáveis e está livre de terremotos e erupções vulcânicas.
Além desses fatores internos, também temos os fatores externos, causado pela erosão, que é o desgaste da superfície terrestre pela ação de vários agentes: São fatores externos:
• Erosão pluvial – causada pela chuva, provocando o desgaste do solo através de enxurradas.
• Erosão fluvial – causada pelas águas dos rios que escavam os leitos dos rios. Quanto maior a velocidade das águas, mais intensa a ação erosiva.
• Erosão eólica – causada pelo vento, porque transporta consigo partículas de areia. O impacto dessas partículas sobre as rochas provoca a erosão.
• Erosão glacial – causada pelas geleiras, que atua cavando depressões e realizando um trabalho de aplainamento do relevo.
• Erosão marinha – causada pelo mar, onde as ondas realizam um trabalho contínuo, destruindo as rochas nos litorais.
• Erosão antropogenética – causada pelo homem.




IMAGEM 16 Erosão do Vento(eólica)




IMAGEM 17 Erosão das Chuvas (pluvial)




IMAGEM 18 Erosão dos Rios (fluvial)




IMAGEM 19 Erosão Marinha




IMAGEM 20 Erosão Glacial (geleiras)




IMAGEM 21 Erosão Antropogênica (homem)


Temos também a Acumulação que é um trabalho construtivo da erosão, para onde são levados os sedimentos retirados e carregados pelas forças das águas (chuva, rios, geleiras, mares e oceanos) e dos ventos, geralmente depositando-os nas áreas mais baixas da superfície terrestre. Assim aqueles agentes transportam esses sedimentos desgastados dos relevos mais altos e depositam nas costas mais baixas do continente.
A ORIGEM DOS CONTINENTES
A atual configuração dos continentes na superfície da Terra, originou-se de um processo que resultou na fragmentação e no afastamento das terras emersas a partir de um bloco único chamado Pangéia.
Duas teorias que se complementam, procuram explicar este processo, responsável pela formação do relevo terrestre e pelas transformações da crosta terrestre.


TEORIA DA DERIVA DOS CONTINENTES




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Segundo Wegener originalmente havia uma única grande massa continental denominada Pangéia, cercada por um único oceano, chamado Pantalassa.
Há 135 milhões de anos, o supercontinente começa a rachar e quebrar-se sucessivamente. A primeira divisão formou-se dois continentes: a Laurásia ao norte e Gondwana ao sul. A partir daí as divisões foram ocorrendo até atingirem a configuração atual.
Wegener não conseguiu provar todas as suas idéias, no entanto as maiores evidências eram as identidades geológicas, de vida animal e vegetal existente entre os continentes. Essas evidências apareciam entre América do Sul e a África, entre a América do Sul e a Austrália, entre a Europa e a América do Norte e entre a África e a Índia.





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TEORIA DAS PLACAS TECTÔNICAS




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Na década de 1960, os geólogos americanos Harry Hess e Robert Dietz, conseguiram explicar como os continentes se moviam, depois da descoberta de que as rochas situadas no centro do assoalho submarino são mais recentes do que as que se encontram nas bordas dos continentes, concluindo que verdadeiras esteiras rolantes na crosta oceânica são responsáveis pela movimentação das placas tectônicas.
Ao longo das grandes cordilheiras submarinas, chamadas de dorsais oceânicas, abrem-se fendas por onde passa o material magmático, que após esfriar-se em contato com água fria, forma uma nova crosta, causando a expansão do fundo do mar.
Segundo esta teoria, a crosta terrestre está dividida em placas que flutuam sobre um mar pastoso de lava fervente. As maiores placas tectônicas são: Americana (que se divide em Placa Norte Americana e Sul Americana), do Pacífico, da Antártida, Indo-australiana, Euro-asiática e a Africana. Existem outras menores como a Nazca, a do Caribe, a de Cocos, a da Grécia, a Arábica, a da Anatólia, a Iraniana e a das Filipinas.
Como vimos, os continentes e oceanos movem-se, sendo que os continentes movimentam-se cerca de um centímetro por ano e os oceanos formam e se expandem nesta mesma velocidade, criando novas costas.
É justamente na região de encontro entre uma placa e outra que ocorrem zonas de vulcanismo, abalos sísmicos e as conseqüentes modificações no relevo terrestre. Por isso é que as regiões mais sujeitas ao vulcanismo e terremotos como o Japão, a Califórnia nos EUA, o México, sul e sudeste da Ásia, entre outras, estão situadas nos limites e bordas das placas tectônicas. As áreas mais estáveis, como o Brasil, localizam-se no interior e centro das placas, longe de suas extremidades.




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ESTRUTURA GEOLÓGICA


Estrutura geológica é o conjunto de diferentes rochas de um lugar e os vários processos geológicos sofridos por elas e que dão aos terrenos desse lugar uma característica própria. Temos três tipos básicos de estruturas geológicas no planeta: escudos cristalinos, faixas orogênicas ou dobramentos e bacias sedimentares.
ESCUDOS CRISTALINOS – São uma estrutura geológica muito antiga que sofreram forte processo erosivo apresentando-se desgastadas e baixas altitudes. Quando expostas à ação dos agentes erosivos são chamadas de ESCUDOS CRISTALINOS, e quando estão recobertas por sedimentos são denominados EMBASAMENTOS CRISTALINOS. São exemplos de escudos cristalinos o Planalto das Guianas, o Planalto Brasileiro, o Planalto Canadense, o Planalto Siberiano.
BACIAS SEDIMENTARES – São estruturas geológicas que formadas por processos de acumulação de sedimentos decorrentes do transporte de agentes externos de formação do relevo (chuva, vento, rios, mares), ou seja, a erosão. São exemplos de Bacias Sedimentares, as Planícies de todo o mundo.
FAIXAS OROGÊNICAS OU DOBRAMENTOS – São estruturas geológicas produzidas por movimentos internos da crosta terrestre, resultante de pressões horizontais ou verticais do interior da Terra, dando origem assim as Montanhas. Podem ser divididos em Dobramentos Antigos ou Dobramentos Modernos, dependendo pela antiguidade de sua formação.

FATORES INTERNOS QUE MODIFICAM O RELEVO
Como fatores internos que modificam o relevo temos o Tectonismo, os Abalos Sísmicos e o Vulcanismo.
TECTONISMO compreende todos os movimentos que deslocam e deformam as rochas que constituem a crosta terrestre. Sua principal diferença dos abalos sísmicos é que agem de forma lenta e prolongadamente na crosta terrestre, de maneira pouco intensa. São responsáveis pelas dobras e fraturas no relevo do planeta.
VULCANISMO compreende os fatos e fenômenos geográficos que levam ao extravasamento do magma no interior da Terra até a superfície, sendo que sua manifestação típica é o cone vulcânico e o amontoado de pó, cinzas e lavas formadas pelas erupções.
ABALOS SÍSMICOS – compreende os movimentos horizontais e verticais de grande intensidade e curta duração, que deslocam e deformam a rochas que constituem a crosta terrestre, provocando ondas vibratórias que se espalham em várias direções, provocando a ruptura e acomodação da crosta terrestre, causando os terremotos e maremotos. Ocorrem geralmente nas regiões próximas as bordas das placas tectônicas.
Os limites das placas tectônicas, ou seja, os pontos de encontro entre elas, estão em movimento gerando em um tipo de atividade geológica. Assim os limites das placas podem ser: Limites Convergentes e/ou Zonas de Subducção, Limites Divergentes ou Cristas em Expansão e Limites Tangenciais ou Transformantes.




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LIMITES CONVERGENTES E/OU ZONAS DE SUBDUCÇÃO - são aquelas áreas onde as placas tectônicas convergem (deslocam-se em direção uma da outra) e colidem entre si. Quando de densidades diferentes (uma placa oceânica e outra continental) a primeira mergulha por baixo da segunda denominado limite de SUBDUCÇÃO. Temos também aquelas que apresentam mesma densidade (placa continental e placa continental) e quando chocam-se dobram na superfície enrugando formando as grandes cadeias montanhosas ou dobramentos na superfície da Terra. Esse tipo de limite é denominado de ZONA DE CONVERGÊNCIA.



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LIMITES DIVERGENTES OU CRISTAS DE EXPANSÃO - nessas áreas as placas tectônicas estão em processo de separação liberando o material magmático que escapa pelas frestas abertas na litosfera no fundo dos oceanos, formando um novo assoalho submarino (oceânico) e as Cordilheiras Meso-oceânicas (montanhas submarinas).




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LIMITES TRANSFORMANTES OU TANGENCIAIS – nessas áreas não há convergência ou divergência entre as placas tectônicas, não havendo nem construção, nem destruição da crosta terrestre, pois as placas deslizam horizontalmente (paralelamente) ao lado da outra, formando uma linha conhecida como falha de transformação, podendo causar grandes terremotos na superfície terrestre.





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Os terremotos ocorrem com bastante freqüência nos limites das placas tectônicas. Áreas como o lado oeste da América do Sul estão sobre área de compressão de placas. O lado oeste da África, por exemplo, está sobre o centro de uma placa e os movimentos tectônicos não se manifestam. Os Alpes originaram-se da colisão da placa da África com a da Europa. Há restos de crosta oceânica ali, indicando que havia um oceano onde agora há uma cadeia de montanhas. O mesmo acontece na região do Himalaia, causado pela colisão das placas da Índia e da Ásia.
O ponto crucial para o desenvolvimento da teoria da Deriva Continental, que na sua essência significa movimentação dos continentes, ou ainda que as placas se movem, é que a Terra não é estática.
• Há 400 milhões de anos havia o Pangéia, que reunia todas as terras num único continente
• Há 60 milhões de anos a Terra assume a atual conformação e posição dos continentes.

Atualmente, a África e a América do Sul se afastam 7 cm por ano, ampliando a área ocupada pelo oceano Atlântico. O mar Vermelho está se alargando. A África migra na direção da Europa. A região nordeste da África está se partindo.
Placa oceânica é o nome que designa as placas que se encontram submersas pelos oceanos, enquanto placa continental é o nome dado para designar as placas localizadas sob os continentes.
Existem várias placas tectônicas de diferentes tamanhos, porém as mais importantes são:
a) Placa Africana: Abrange todo o continente africano e através de sua colisão com a placa Euroasiática surgiu o Mar Mediterrâneo e o Vale do Rift;
b) Placa da Antártida: Abrange toda a Antártida e a região austral dos oceanos;
c) Placa Euroasiática: Abrange o continente europeu e asiático, exceto a Índia, Arábia e parte da Sibéria. Inclui a parte oriental do Oceano Atlântico norte;
d) Placa Norte-Americana: Abrange a América do Norte, parte ocidental do Oceano Atlântico norte, uma parte do Oceano Glacial Ártico e parte da Sibéria;
e) Placa Sul-Americana: Abrange a América do Sul e o leste da Crista Oceânica do Atlântico;
f) Placa do Pacífico: Abrange a maior parte do Oceano Pacífico e através de sua colisão com a Placa da Antártida surgiu a Placa Pacífico-Antártica;
g) Placa Indo-Australiana: Abrange a Placa Australiana e a Placa Indiana. Também abrange grande parte do Oceano Índico e parte do Himalaia.





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É importante ressaltar que este resumo é apenas para aprofundamento dos estudos, não substituindo os textos do livro didático, nem as explicações e anotações em sala de aula. Leia, anote as dúvidas e leve para a sala de aula para maior entendimento da matéria. Bons estudos.

Prof. Décio - Geografia
http://conexaogeografia.hdfree.com.br/estrutura_geologica.htm

1ªS SÉRIES - Características do planeta Terra



Características do planeta Terra

A Terra é um planeta pequeno e sólido que gira em torno do Sol, junto aos demais astros do Sistema Solar. Uma grande parte da Terra é coberta pelos mares e oceanos – é a chamada hidrosfera. A camada mais externa, a atmosfera, é formada por gases. O oxigênio existente na atmosfera e a água líquida tornam possível a vida em nosso planeta. Essa vida, representada pelos seres humanos, animais e vegetais, forma a biosfera.

A parte sólida da Terra é a litosfera ou crosta terrestre. Ela recobre tanto os continentes quanto o assoalho marinho e, de acordo com sua constituição, é dividida em sial (composta basicamente de silício e alumínio, encontrada nos continentes) e sima (composta de silício e magnésio, encontrada sob os oceanos). No interior da Terra acredita-se que existam duas camadas formadas por diferentes materiais rochosos: o manto e o núcleo, constituído basicamente de níquel e ferro (nife).

1. Planeta em mutação

A aparência de nosso planeta sofre constantes transformações. Algumas das mudanças ocorrem de forma repentina e violenta, como no caso dos terremotos e das erupções vulcânicas. Outros processos duram milhões de anos e são capazes de deslocar continentes, erguer montanhas e mudar completamente o aspecto da superfície da Terra. Além disso, a ação das águas dos rios, das chuvas e dos mares, as geleiras e os ventos modificam profundamente o relevo terrestre.

2. A grande viajante

A Terra gira em torno do Sol, em um movimento contínuo chamado de translação. O caminho que percorre tem a forma de uma elipse e é denominado órbita terrestre. O tempo que a Terra leva para percorrer sua órbita é conhecido como ano sideral e dura 365 dias, seis horas e nove minutos. Além disso, a Terra gira ao redor de seu próprio eixo, como se fosse um pião. A esse movimento dá-se o nome de rotação.

2a. Os dias e as noites

No movimento de rotação a Terra dá uma volta completa em torno de si mesma a cada 23 horas e 56 minutos. Isso faz com que qualquer ponto do planeta esteja iluminado durante 12 horas, aproximadamente, e fique no escuro durante as 12 horas seguintes. Assim, o dia é o período de tempo em que um ponto da terra recebe luz, e a noite o tempo em que está às escuras.

2b. Solstícios e equinócios

Cada hemisfério recebe o máximo de radiação solar durante seu solstício de verão. Nesse mesmo dia, o hemisfério oposto recebe o mínimo da sua radiação anual: é o solstício de inverno.
Ambos os hemisférios, no entanto, recebem exatamente a mesma radiação nos equinócios da primavera e do outono.

Para lembrar:

O eixo de rotação terrestre é inclinado.
Por isso, o número de horas de sol que os Hemisférios Norte e Sul recebem varia ao longo do ano. Essa variação determina as quatro estações e é responsável pelo dia durar seis meses nos pólos e as noites durarem os demais seis meses.


3. O planeta azul


A Terra, o planeta azul, deve seu brilhante colorido às grandes massas de água que cobrem a maior parte de sua superfície. A presença da água líquida é uma das características mais surpreendentes de nosso planeta. Só podemos ver a terça parte de sua superfície sólida, pois o restante é coberto pelos mares, os oceanos e as grandes massas de gelo dos pólos, as calotas polares.

4. Por que existem diferentes climas?

A Terra recebe energia do Sol, na forma de radiação. Nosso planeta é quase esférico, e a quantidade de luz que recebe depende do ângulo que os raios solares formam com a superfície da Terra. O Equador e os Trópicos recebem maior quantidade de luz, por isso são zonas de clima quente. Ao contrário, as zonas polares recebem muito pouca radiação e por isso são zonas de clima frio. Assim, a distinta incidência dos raios solares sobre a superfície faz com que a Terra apresente cinco zonas climáticas.

5. A Terra fluida


A Terra é rodeada por uma camada gasosa contínua chamada atmosfera. A atmosfera é formada por uma mistura de gases, principalmente oxigênio, nitrogênio, dióxido de carbono e vapor d´agua. Essa camada nos protege das radiações nocivas do Sol e controla a temperatura do planeta. Os mares e oceanos formam uma extensa camada de água líquida, interrompida apenas pelos continentes, a que se dá o nome de hidrosfera. A hidrosfera e a atmosfera constituem a parte fluida do planeta, cujas partículas (líquidas e gasosas) podem movimentar-se livremente umas em relação às outras.

6. A Terra sólida

A Terra se parece com uma esfera, ligeiramente achatada nos pólos. Essa forma recebe o nome de geóide. A parte sólida da Terra é chamada geosfera. A geosfera tem uma série de propriedades que ajudam a fornecer muitas informações sobre o planeta. A gravidade (força com a qual a Terra atrai os corpos próximos a ela, dependendo da distância desses corpos em relação ao centro do planeta) varia de um ponto a outro. Essas variações permitiram comprovar que o raio da Terra é maior no Equador do que nos pólos.

6a. O método sísmico

As mais importantes informações sobre o interior da Terra foram trazidas pelo método sísmico. Esse método estuda as mudanças de velocidade com que as ondas sísmicas atravessaram a Terra. As variações indicam a existência de materiais com propriedades diferentes e permitiram deduzir como é seu interior.

7. Como é o interior do planeta

A Terra divide-se em camadas concêntricas de diferentes composições e estados físicos. As camadas são separadas pelas descontinuidades de Mohorovicic e de Gutenberg. A camada mais externa é a crosta, formada por granito nos continentes e por basalto sob os oceanos. O manto é a camada intermediária e a mais extensa. Supõe-se que seja formado por uma rocha chamada peridotite. Na zona central da Terra encontra-se o núcleo, composto por ferro e níquel.

7a. Pesquisa profunda

Uma equipe de geólogos e técnicos da antiga União Soviética perfurou um poço com mais de 14 mil metros na península de Kola. É a mais profunda sondagem realizada até o momento e trouxe informações valiosas a respeito da composição da crosta terrestre. No manto superior, entre 100 e 200 quilômetros de profundidade, existe uma zona chamada astenosfera, pouco compacta, formada por materiais parcialmente fundidos.
A parte do manto situada acima da astenosfera é mais sólida e forma com a crosta uma unidade chamada litosfera.

8. O calor da Terra


A temperatura da Terra aumenta à medida que nos aprofundamos em seu interior. Desse modo, por exemplo, o interior das minas é mais quente que a superfície. A elevação da temperatura devido à profundidade chama-se gradiente geotérmico, e tem o valor aproximado de 1 grau a cada 33 metros. Ao entrar em erupção, o vulcão mostra o calor interno da Terra, capaz de fundir rochas e expulsá-las na forma de lava.
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Fonte:
http://www.escolavesper.com.br/Terra_caracteristicas.htm

A composição da Terra é estruturada em camadas. A crosta terrestre é constituída principalmente de granito, sob a qual asssenta-se também um camada de basalto, suportando as porções continentais e os oceanos . A litosfera possui cerca de 70 quilômetros de espessura. A 33 quilômetros de profundidade desta camada, a temperatura chega a atingir por volta de 1000C. O manto situa-se na zona inferior à crosta e é constituído de material ígneo rochoso. A composição do manto é constituída principalmente de vários silicatos de magnésio. O núcleo é supostamente constituído de ferro em estado de fusão; o espaço mais interior deste núcleo contém ferro em estado sólido.

As dimensões da Terra vêm a seguir:

Área de Superfície: 315.096.000 de quilômetros quadrados
Massa: 6,586 quatrilhões de toneladas
Circunferência Longitudinal: 39.842,4 quilômetros
Circunferência Latitudinal: 39.775,52 quilômetros

Quanto à composição da Terra, entre um total de 93 elementos químicos naturais existentes, nove destes elementos formam 99% da massa referente à crosta terrestre.

Estes elementos são: Oxigênio, Silício, Alumínio, Ferro, Cálcio, Sódio, Potássio, Magnésio e Titânio.

Dois destes, o oxigênio e o silício, consistindo em elementos não-metálicos, formam juntos por volta de 3/4 da crosta terrestre. Já nas camadas internas à crosta terrestre, há a presença de por volta de 2000 tipos diversos de materiais de origem mineral, dos quais a grande maioria é formada por composições entre mais de um elemento químico. Os silicatos são os compostos mais abundantes dentre os minerais que formam a massa da camada interior à crosta terrestre.

2ªS SÉRIES - REVISÃO Revolução Industrial

2ªS SÉRIES

Revolução Industrial

A substituição das ferramentas pelas máquinas, da energia humana pela energia motriz e do modo de produção doméstico pelo sistema fabril constituiu a Revolução Industrial; revolução, em função do enorme impacto sobre a estrutura da sociedade, num processo de transformação acompanhado por notável evolução tecnológica.
A Revolução Industrial aconteceu na Inglaterra na segunda metade do século XVIII e encerrou a transição entre feudalismo e capitalismo, a fase de acumulação primitiva de capitais e de preponderância do capital mercantil sobre a produção. Completou ainda o movimento da revolução burguesa iniciada na Inglaterra no século XVII.
Etapas da industrialização
Podem-se distinguir três períodos no processo de industrialização em escala mundial: 1760 a 1850 – A Revolução se restringe à Inglaterra, a "oficina do mundo". Preponderam a produção de bens de consumo, especialmente têxteis, e a energia a vapor.
1850 a 1900 – A Revolução espalha-se por Europa, América e Ásia: Bélgica, França, Ale¬manha, Estados Unidos, Itália, Japão, Rússia. Cresce a concorrência, a indústria de bens de produção se desenvolve, as ferrovias se expandem; surgem novas formas de energia, como a hidrelétrica e a derivada do petróleo. O trans¬porte também se revoluciona, com a invenção da locomotiva e do barco a vapor. 1900 até hoje – Surgem conglomerados industriais e multinacionais. A produção se automatiza; surge a produção em série; e explode a sociedade de consumo de massas, com a expansão dos meios de comunicação. Avançam a indústria química e eletrônica, a engenharia genética, a robótica.

Artesanato, manufatura e maquinofatura

O artesanato, primeira forma de produção industrial, surgiu no fim da Idade Média com o renascimento comercial e urbano e definia-se pela produção independente; o produtor possuía os meios de produção: instalações, ferramentas e matéria-prima. Em casa, sozinho ou com a família, o artesão realizava todas as etapas da produção.

A manufatura resultou da ampliação do consumo, que levou o artesão a aumentar a produção e o comerciante a dedicar-se à produção industrial. O manufatureiro distribuía a matéria-prima e o arte¬são trabalhava em casa, recebendo pagamento combinado. Esse comerciante passou a produzir. Primeiro, contratou artesãos para dar acabamento aos tecidos; depois, tingir; e tecer; e finalmente fiar. Surgiram fábricas, com assalariados, sem controle sobre o produto de seu trabalho. A produtividade aumentou por causa da divisão social, isto é, cada trabalhador realizava uma etapa da produção.

Na maquinofatura, o trabalhador estava sub¬metido ao regime de funcionamento da máquina e à gerência direta do empresário. Foi nesta etapa que se consolidou a Revolução Industrial.

O pioneirismo inglês

Quatro elementos essenciais concorreram para a industrialização: capital, recursos naturais, mercado, transformação agrária.
Na base do processo, está a Revolução Inglesa do século XVII. Depois de vencer a monarquia, a burguesia conquistou os merca¬dos mundiais e transformou a estrutura agrária. Os ingleses avançaram sobre esses mercados por meios pacíficos ou militares. A hegemonia naval lhes dava o controle dos mares. Era o mercado que comandava o ritmo da produção, ao contrário do que aconteceria depois, nos países já industrializados, quando a produção criaria seu próprio mercado.
Até a segunda metade do século XVIII, a grande indústria inglesa era a tecelagem de lã. Mas a primeira a mecanizar-se foi a do algodão, feito com matéria-prima colonial (Estados Uni¬dos, Índia e Brasil). Tecido leve, ajustava-se aos mercados tropicais; 90% da produção ia para o exterior e isto representava metade de toda a exportação inglesa, portanto é possível perceber o papel determinante do mercado externo, principalmente colonial, na arrancada industrial da Inglaterra. As colônias contribuíam com matéria-prima, capitais e consumo.
Os capitais também vinham do tráfico de escravos e do comércio com metrópoles colonialistas, como Portugal. Provavelmente, metade do ouro brasileiro acabou no Banco da Inglaterra e financiou estradas, portos, canais. A disponibilidade de capital, associada a um sistema bancário eficiente, com mais de quatrocentos bancos em 1790, explica a baixa taxa de juros; isto é, havia dinheiro barato para os empresários.
Depois de capital, recursos naturais e merca¬do, vamos ao quarto elemento essencial à industrialização, a transformação na estrutura agrária após a Revolução Inglesa. Com a gentry no poder, dispararam os cercamentos, autorizados pelo Parlamento. A divisão das terras coletivas beneficiou os grandes proprietários. As terras dos camponeses, os yeomen, foram reunidas num só lugar e eram tão poucas que não lhes garantiam a sobrevivência: eles se transforma¬ram em proletários rurais; deixaram de ser ao mesmo tempo agricultores e artesãos.

Duas conseqüências se destacam:

1) diminuiu a oferta de trabalhadores na indústria doméstica rural, no momento em que ganhava impulso 0 mercado, tornando-se indispensável adotar nova forma de produção capaz de satisfazê-lo; 2) a proletarização abriu espaço para o investimento de capital na agricultura, do que resultaram a especialização da produção, o avanço técnico e o crescimento da produtividade. A população cresceu, o mercado consumidor também; e sobrou mão-de-obra para os centros industriais.
Mecanização da Produção
As invenções não resultam de atos individuais ou do acaso, mas de problemas concretos coloca¬dos para homens práticos. O invento atende à necessidade social de um momento; do contrário, nasce morto. Da Vinci imaginou a máquina a vapor no século XVI, mas ela só teve aplicação no ,século XVIII.
Para alguns historiadores, a Revolução Industrial começa em 1733 com a invenção da lançadeira volante, por John Kay. O instrumento, adaptado aos teares manuais, aumentou a capacidade de tecer; até ali, o tecelão só podia fazer um tecido da largura de seus braços. A invenção provocou desequilíbrio, pois começa¬ram a faltar fios, produzidos na roca. Em 1767, James Hargreaves inventou a spinning jenny, que permitia ao artesão fiar de uma só vez até oitenta fios, mas eram finos e quebradiços. A water frame de Richard Arkwright, movida a água, era econômica mas produzia fios grossos. Em 1779, S Samuel Crompton combinou as duas máquinas numa só, a mule, conseguindo fios finos e resistentes. Mas agora sobravam fios, desequilíbrio corrigido em 1785, quando Edmond Cartwright inventou o tear mecânico. Cada problema surgido exigia nova invenção. Para mover o tear mecânico, era necessária uma energia motriz mais constante que a hidráulica, à base de rodas d’água. James Watt, aperfeiçoando a máquina a vapor, chegou à máquina de movi¬mento duplo, com biela e manivela, que transformava o movimento linear do pistão em movimento circular, adaptando-se ao tear.
Para aumentar a resistência das máquinas, a madeira das peças foi substituída por metal, o que estimulou o avanço da siderurgia. Nos Esta¬dos Unidos, Eli Whitney
inventou o descaroça¬dor de algodão.

Revolução Social

A Revolução Industrial concentrou os trabalhadores em fábricas. O aspecto mais importante, que trouxe radical transformação no caráter do trabalho, foi esta separação: de um lado, capital e meios de produção (instalações, máquinas, matéria-prima); de outro, o trabalho. Os operários passaram a assalariados dos capitalistas (donos do capital). Uma das primeiras manifestações da Revolução foi o desenvolvimento urbano. Londres chegou ao milhão de habitantes em 1800. O progresso deslocou-se para o norte; centros como Manchester abrigavam massas de trabalhadores, em condições miseráveis. Os artesãos, acostumados a controlar o ritmo de seu trabalho, agora tinham de submeter-se à disciplina da fábrica. Passaram a sofrer a concorrência de mulheres e crianças. Na indústria têxtil do algodão, as mulheres formavam mais de metade da massa trabalhadora. Crianças começavam a trabalhar aos 6 anos de idade. Não havia garantia contra acidente nem indenização ou pagamento de dias para¬dos neste caso.
A mecanização desqualificava o trabalho, o que tendia a reduzir o salário. Havia freqüentes paradas da produção, provocando desemprego. Nas novas condições, caíam os rendimentos, contribuindo para reduzir a média de vida. Uns se entregavam ao alcoolismo. Outros se rebelavam contra as máquinas e as fábricas, destruídas em Lancaster (1769) e em Lancashire (1779). Proprietários e governo organizaram uma defesa militar para proteger as empresas.
A situação difícil dos camponeses e artesãos, ainda por cima estimulados por idéias vindas da Revolução Francesa, levou as classes dominantes a criar a Lei Speenhamland, que garantia subsistência mínima ao homem incapaz de se sustentar por não ter trabalho. Um imposto pago por toda a comunidade custeava tais despesas. Havia mais organização entre os trabalhadores especializados, como os penteadores de lã. Inicialmente, eles se cotizavam para pagar o enterro de associados; a associação passou a ter caráter reivindicatório. Assim surgiram as tradeunions, os sindicatos. Gradativamente, conquistaram a proibição do trabalho infantil, a limitação do trabalho feminino, o direito de greve.

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